sábado, 23 de junho de 2012

EUCALIPTO

Avenida vertical;
Enquanto o sol desfecha
Claros e extasiantes raios
Por entre clareiras abençoadas
E folhagens-rainhas
O braço branco
E o corpo inerte
Amparam-se ao tronco
Ao peito, arrimo
Da árvore mãe
Da amiga enraizada
No limbo do esquecimento:
Castanho, verde, aromático,
Fugaz, vespertino, leve;
Presença do eucalipto - 
 - Purificação em plena mata.
Lembrança do quê mesmo?


(Poema extraído de meu livro "NATURA - POEMAS NATURAIS - 1989)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A NATUREZA E O HOMEM...

COMENTÁRIOS

APRESENTAÇÃO (PÁGINAS 9-10)

"Neste estudo achamos importante observar a recorrência de certos aspectos culturais ou míticos, alguns de fato bastante curiosos, no Romantismo brasileiro..."

Notável em Alencar e nos demais romancistas é o cuidado com o desmonte da arquitetura natural brasileira, que já avançava desmesuradamente naquela época. A vandalização da Mata Atlântica não é um fenômeno recente, ela já nasce com a nossa história. Como observa Georg Friederici, em seu Caráter da Descoberta e Conquista da América Pelos Europeus, livro que todo brasileiro consciente tem a obrigação de ler:

"As magníficas florestas do litoral brasileiro foram assim desaparecendo, sob os golpes do machado europeu, vibrados por mãos de cativos, no afã de desbravar a ferro e fogo novas terras para as plantações....(...) Por volta de 1600, as matas litorâneas já se achavam praticamente destruídas em toda a sua extensão."


POEMA DO DIA

JOSÉ ALBANO

Poeta fui e do áspero destino
Senti bem cedo a mão pesada e dura
Conheci mais tristeza que ventura
E sempre andei errante e peregrino.

Vivi sujeito ao doce desatino
Que tanto engana mas tão pouco dura;
E inda choro o rigor da sorte escura,
Se nas dores passadas imagino.

Porém, como me vejo agora isento
Dos sonhos que sonhava noute e dia
E só com saudades me atormento;

Entendo que não tive outra alegria
Nem nunca outro qualquer contentamento,
Senão de ter cantado o que sofria.