segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"ESCREVE, BENEDITINO, ESCREVE..."



Todas as vezes que inicio uma turma nova explano para os meus alunos vicissitudes, virtudes, proveitos, maravilhas e pesares deste ofício que é a arte de escrever. Por que se escreve, a que se destina nosso pensamento grafemizado, as manias e exotismos de alguns mestres da criação literária, histórias curiosas sobre o processo da escrita. Aqui vão alguns testemunhos pessoais sobre essa tal de escrita. Por que você escreve, caro escritor?

JOÃO CABRAL DE MELO NETO: 'Escrever é estar no extremo de si mesmo."

MARQUES REBÊLO: "Escrever é cortar." (minha frase preferida)

DRYDEN: "Aprende a escrever bem ou a não escrever de todo."

MÁRIO QUINTANA: DA PREOCUPAÇÃO DE ESCREVER/ Escrever...Mas por que? Por vaidade, está visto... / Pura vaidade, escrever! /Pegar da pena...Olhai, que graça terá isto, / Se já se sabe tudo o que se vai dizer!"

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: "Escritor: não somente certa maneira especial de ver as coisas, senão também impossibilidade de vê-las de qualquer outra maneira."

LYGIA FAGUNDES TELLES: "Testemunhar o seu tempo - respondi a um jovem que me perguntou qual a função do escritor."

MAURIAC: "Um escritor é essencialmente um homem que não se resigna à solidão. Cada um de nós é um deserto."

E, para finalizar, o tocante testemunho do contador de histórias por excelência, Érico Veríssimo:

"Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado a ideia de que o menos que um escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto."

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