BANDEIRA, MUITO ALÉM DA POESIA
Este curioso fato narrado pelo poeta pernambucano, um dos ícones do Modernismo Brasileiro, vem com o propósito de demonstrar uma interessante faceta de Manuel Bandeira: a do escritor preocupado com a preservação da memória e do patrimônio literário brasileiro. Neste ponto, não há, em toda a historiografia da Literatura Brasileira um espírito tão desprendido e tão dedicado em não permitir o precoce esquecimento de escritores de pouca monta ou mal colocados no segundo escalão do terrível cânone brasileiro.
Assim é que, por volta de 1947, ano do centenário de Castro Alves, Bandeira esteve à frente dos trabalhos em homenagem ao vate baiano, trabalhando na reedição de seus livros, como já havia feito com o simbolista Alphonsus de Guimaraens e com o camoniano anti-modernista José Albano. Se hoje Albano é bastante lembrado, querido, revisitado e estudado pela atualidade, o mérito é todo de Bandeira que, em 1938 editou às suas expensas o único livro do poeta cearense, o famoso Rimas de José Albano.
Mas talvez seu trabalho mais notável nesta área de seletas e antologias a que se deu o trabalho de organizar com tanto afinco e perfeição seja a conhecidíssima Apresentação da Poesia Brasileira, um apanhado geral de todas as tendências poéticas até então. Clássico e referencial ainda, não há trabalho similar que se lhe compare em sobriedade e riqueza informativa.
Mas Bandeira foi muito além da poesia brasileira como um todo: aventurou-se no varejo, amiudando-se em todas as escolas poéticas: fez antologias dos poetas parnasianos, simbolistas, modernos e até uma antologia hispano-americana. Fez ainda uma biografia de Gonçalves Dias e uma antologia de Antero de Quental.
Nossa, Bandeira é mesmo demais, já admirava a sua obra, adorei saber desta sua outra faceta.
ResponderExcluirGrande homem!
Caramba!! E viva o Bandeira!
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