segunda-feira, 16 de novembro de 2009


CASTRO ALVES, ESSE DESCONHECIDO!

Esta história curiosa deu-se nos anos 30 e foi relatada pelo poeta Manuel Bandeira.

João Ribeiro, escritor e filólogo sergipano, foi o autor do famoso Fabordão, leitura obrigatória no ensino colegial do Brasil das primeiras décadas do século XX. Era considerado um modelo perfeito de retórica e correção gramatical, junto com Carlos de Laet, Fausto Barreto e Euclides da Cunha. Está completamente esquecido, lamentavelmente.

Pois este escritor era também juiz de direito e estava lotado na comarca de Pouso Alegre, no interior de Minas. Certa vez recebeu a visita de seu amigo Manuel Bandeira. Estavam os dois no alpendre conversando, quando surge um velhinho de longas barbas brancas, beirando os 100 anos.de idade.O homem, curiosamente, começou a falar dos seus tempos de estudante na Faculdade de Direito de São Paulo e de seus colegas que se tornaram ilustres figuras da República, dentre eles Campos Sales e Rodrigues Alves, que mais tarde tornaram-se presidentes do Brasil.

A conversa tomou um rumo mais imprevisto ainda quando o ancião tentou lembrar-se de um nome esquecido. Reproduzo aqui o trecho como contado por Bandeira:

- Tinha também um moço muito inteligente que fazia versos. Como é que se chamava mesmo?...Esse moço, numa caçada, deu um tiro num pé, voltou para a Bahia e morreu por lá...

- Castro Alves?

- Castro Alves, isso mesmo!

Assim, para o contemporâneo sobrevivente do poeta, Castro Alves era apenas um moço que fazia versos, levou um tiro no pé e voltou para a sua província, onde morreu...

Nenhum comentário:

Postar um comentário