POEMA DO DIA
O AÇUDE
ZILA MAMEDE
ZILA MAMEDE
Velha parede ponte limitando
os dois barrancos entre chão e chão.
Ao passadiço (em que montavam luas,
xexéus milipousavam no mourão)
a represança vinha da montante
em balde concha. Sobre a levação
do sangradouro retesou-se tempo
de quando as águas, nos rasgando a mão.
Desciam na revência, verdivida
amarelando cheiro de melão:
eram celeiros, peixes nos maretas
e em nós era ternura, era canção.
Sobras do antigo na menina extinta:
redorme na vazante a solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário